Na manhã desta sexta-feira, 07, no Plenário Luiz Mena da Câmara Municipal de Guarantã do Norte, autoridades do município homenagearam a Força Aérea Brasileira. A justa homenagem foi em comemoração aos 150 anos de nascimento de Alberto Santos Dumont, comemoração dos 70 anos da inauguração do Campo de Pouso de Cachimbo e pelos 40 anos de implantação do Campo de Provas Brigadeiro Velloso (CPBV).

A sessão solene foi presidida pelo vereador Valcimar José Fuzinato, e contou com a presença do vice-prefeito Marcio Caovilla, vereadores Valter do Sindicato, Sandra Martins, Demilson Martins e Zilmar A. de Lima. A solenidade contou ainda com a participação do Padre Carlos Topanotti, dos pastores Humberto Paiva, Sidnei Chavier, Rosana Fonseca e Marcos Antônio Gonsalves; Presidente da OAB Dra. Fabiane Melo, presidente da Associação Comercial Amauri Matheus, representantes de instituições educacionais, financeiras, autarquias, clubes de serviços, associações de produtores rurais, veículos e assessoria de comunicação, lideranças indígenas, servidores municipais e estaduais.
A Força Aérea Brasileira foi representada pelo Tenente Coronel Aviador Rodrigo Gonçalves Stief, diretor do CPBV, o qual acompanhou a narrativa histórica, recebeu uma placa do presidente da Câmara e do vice-prefeito, ouviu mensagens alusivas à importância do CPBV para o município de Guarantã do Norte e o marco da instituição na vida de muitas famílias.
O 2º Sgt. Marcos Cirino dos Santos e o 3ºSgt. Robson Pysklevitz, ambos, filhos de Guarantã do Norte, narraram com emoção o ingresso na Força Aérea Brasileira e o orgulho da carreira militar. Os graduados representaram as centenas de jovens que tiveram a oportunidade de ingressar nas fileiras da FAB através do CPBV, e outras dezenas de jovens que atualmente estão na ativa seguindo a carreira militar.
O servidor civil, Josenaldo Candido do Carmo, que há 38 anos trabalha no CPBV, fez um depoimento emocionado relatando sua história e presenteou os diretores do CPBV.
O Ten. Cel. Stief fez um pronunciamento agradecendo a homenagem, falando de sua felicidade na função de diretor do CPBV e agradeceu o acolhimento da comunidade Guarantanhense. O comandante mencionou as parcerias da unidade militar com o município de Guarantã do Norte e o apoio reciproco com as instituições locais e com a sociedade. Stief destacou a alegria de poder presentear a comunidade local com a apresentação da esquadrilha da fumaça ocorrida no último dia 03 de julho em comemoração aos 150 anos de Santos Dumont e os 40 anos do CPBV.
O presidente da Câmara Municipal e idealizador da Homenagem, vereador Valcimar Fuzinato, fez pronunciamento destacando a relevância do CPBV para nossa região, enalteceu o trabalho do comandante Ten. Cel. Stief e de seus comandados. Agradeceu pela apresentação da esquadrilha da Fumaça. Mencionou que a homenagem ao Patrono da Força aérea e ao CPBV é mais que merecida, e, anunciou que está trabalhando um projeto em parceria com o Poder Executivo para implantação de um concurso anual de desenho, redação e poesia com temas relacionados à Força Aérea Brasileira. Valcimar ressaltou ainda a importância do CPBV para o processo de desenvolvimento do município de Guarantã do Norte.
O vice-prefeito Marcio Caovilla em seu pronunciamento parabenizou o comandante pelo trabalho realizado a frente do CPBV. Destacou o bom relacionamento da unidade militar com o município, ressaltando as diversas parcerias que se realizam a cada momento. Marcio agradeceu sua condecoração como membro honorário da Força Aérea Brasileira, e também ressaltou o trabalho e a dedicação do diretor Ten. Cel. Stief para trazer a Esquadrilha da Fumaça para se apresentar em Guarantã do Norte.
Também participou da solenidade o suboficial da FAB, Joelson Neri, que desempenha um importante papel na interlocução da Força Aérea Brasileira com as instituições e a sociedade local.
150 Anos de Alberto Santos Dumont
A Vida
O ano de dois mil e vinte e três reveste-se de um significado singular, pois está sendo consagrado ao sesquicentenário do ilustre brasileiro, Alberto santos Dumont. A história é testemunha do inquestionável legado deixado por santos dumont para a humanidade e, em especial, para a aviação, bem como a história nos revela que, desde o início dos tempos, o homem sempre apascentou seu desejo de um dia poder voar como as aves. E foi assim, transformando um sonho longínquo em realidade, que o gênio contumaz de alberto santos dumont tornou possível, ainda no alvorecer do século vinte
Alberto Santos Dumont o homem que deu asas à humanidade nasceu no dia 20 de julho de 1873, no sítio Cabangu – local que, em 1890, passou a pertencer ao município de Palmyra (MG), um dos bens tombados sob tutela da Força Aérea Brasileira (FAB).
Filho de Francisca Santos Dumont, e de Henrique Dumont, engenheiro civil de obras públicas e, mais tarde, cafeicultor em Ribeirão Preto (SP). Henrique Dumont, direcionou os estudos do rapaz para a mecânica, a física, a química e a eletricidade, não fazendo questão que ele se formasse em engenharia, como foi o caso dos outros filhos.
O sonho de voar de Alberto surgiu aos 15 anos quando ele teve uma visão: um balão livre nos céus de São Paulo. No caso, balões livres são aqueles que fazem sua ascensão sem possuir nenhum tipo de dirigibilidade, ficando ao sabor das correntes aéreas.
Aos 18 anos, emancipado pelo pai, Alberto foi para Paris completar os estudos e perseguir o seu sonho de voar. Ao chegar à capital francesa, o jovem se admira com os motores de combustão interna a petróleo que começavam a aparecer impulsionando os primeiros automóveis e compra um para si, investigando todo o seu funcionamento. Logo estava promovendo e disputando as primeiras corridas de automóveis na Cidade-Luz.
Em 31 de julho de 1932, a cidade de Palmyra, em Minas Gerais, passou a denominar-se Santos Dumont, em homenagem ao Pai da Aviação.
As Obras
um verdadeiro herói da engenhosidade. A obra do brasileiro Santos Dumont está diretamente vinculada a várias inovações. Aos 24 anos, Santos Dumont tinha sua primeira decolagem bem sucedida a bordo de um balão livre alugado. Um ano depois, em 1898, projeta e constrói, com a ajuda de operários e construtores de balões franceses, seu primeiro balão livre: o Brasil, o menor balão tripulado já feito, homenageando sua pátria. Logo em seguida, associando os leves motores de combustão interna a petróleo a seus leves balões e construindo engenhosos lemes, Santos Dumont inventa os balões dirigíveis.
Em 1901, Santos Dumont pilotou seu balão, o Número 6, que era movido a gasolina, sobre Paris, e ganhou um prêmio de 100 mil francos por seu feito. As suas realizações foram frutos de sucesso na imprensa europeia, na imprensa norte-americana e no Brasil. O inventor, nesse momento, torna-se o centro das atenções, despertando o interesse militar para seus balões.
Após o sucesso com balões e dirigíveis, Santos Dumont partiu para outra linha de pesquisa: queria, agora, voar com um veículo mais pesado que o ar. O protótipo era composto por uma fuselagem longa, com a nacele do balão número 14 na parte de trás – um biplano com uma construção parecida com pipas japonesas, portando um motor de oito cilindros e sobre três rodas: o primeiro trem de pouso que se tem notícia. A inovação era pulsante desde os testes. O aviador construiu um sistema de cabos inclinados para testar a dirigibilidade do 14-Bis: um inovador simulador de voo.
Em 1905, na plateia de uma corrida de lanchas num quente verão no Rio Sena, Santos Dumont avista uma potente lancha com motor Antoinette de 24 HP e começa aí a planejar “o mais pesado que o ar”. Aproveitando o sucesso dos planadores e, em especial, o planador com células de Hargrave, o inventor constrói o primeiro avião, o 14-Bis, com o motor Antoinette, usando o balão nº 14 para testes de estabilidade.
Foi no dia 7 de setembro de 1906 que o 14-Bis deu um primeiro salto no ar, mas faltou potência. Já em 23 de outubro, com motor Antoinette de 50 HP, o 14 Bis voou, decolando, mantendo-se no ar por uma distância de 60 metros, a três metros de altura, e aterrissou. Era o primeiro voo homologado do “mais pesado que o ar” para uma multidão de testemunhas eufóricas no campo de Bagatelle, em Paris. No dia seguinte, toda a imprensa francesa louvou o fato histórico, o triunfo de um obstinado brasileiro, que, pelo feito, conquistou o prêmio Archdeacon oferecido pelo Aeroclube de França. O dinheiro do prêmio foi distribuído para seus operários e os pobres de Paris, como era o costume do inventor.
Assim, Santos Dumont se tornou uma celebridade conhecida mundialmente e continuou a trabalhar em aviões, tendo feito muitas outras contribuições importantes para a aviação. Em 1909, ele voou em seu avião Demoiselle, um dos primeiros aeroplanos do mundo, e que se tornou um sucesso comercial. Santos Dumont também trabalhou em melhorias no design do avião, como a adição de cauda vertical para melhor estabilidade e controle.
Os Valores
sem dúvida, Santos Dumont foi um homem à frente de seu tempo e será eternamente motivo de orgulho para nosso país. Um brasileiro que, genuinamente, mudou a trajetória mundial. Sua inquietude e força de vontade são exemplos para muitas gerações de brasileiros: militares, civis, estudantes e trabalhadores nos mais diversos rincões do nosso país.
Decisivamente, a figura do cientista, do aeronauta, do inventor e do visionário Santos Dumont representa os valores da FAB, a cultura organizacional e as tradições da Instituição. São valores como Patriotismo, Integridade, Comprometimento e Profissionalismo que devem ser internalizados por todos os militares e civis do Comando da Aeronáutica.
A inquietude e a força de vontade do herói nacional convidam a todos a saírem de suas rotinas. E esse é um dos maiores valores que Santos Dumont poderia ter deixado: sem sua persistência, a aviação não seria a mesma.
Embora Santos Dumont tenha vivido e trabalhado na Europa, ele sempre manteve um forte vínculo com sua terra natal, o Brasil. Em 1914, durante a Primeira Guerra Mundial, Santos Dumont retornou ao Brasil, tendo sido recebido com festa pela população. Santos Dumont acreditava que a aviação poderia ser usada para fins pacíficos e para promover a igualdade social, o que ajudou a Força Aérea Brasileira a estabelecer esses princípios. Hoje, a FAB é uma das principais instituições aeronáuticas do mundo e um dos principais órgãos responsáveis pela defesa do país.
O Pai da Aviação morreu em 23 de julho de 1932, em Guarujá (SP), mas seu legado vive até hoje. Seu coração está preservado sob a custódia da Força Aérea Brasileira e encontra-se em exposição no Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro (RJ). Antes e depois da sua morte, ele recebeu muitas e merecidas homenagens no Brasil e no exterior, inclusive o justo epíteto de “O Pai da Aviação”. Ele é lembrado não somente como um pioneiro da aviação, mas também como um visionário que mudou a história da humanidade.
Em 4 de julho de 1936, a Lei n° 218 declarou o dia 23 de outubro como o Dia do Aviador, homenageando, assim, o primeiro voo do “mais pesado que o ar” da história. No mesmo ano, o primeiro aeroporto da cidade do Rio de Janeiro recebeu o nome do aeronauta. Na década de 1970, ele foi considerado Engenheiro Honoris Causa pela Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
hoje, a humanidade agradece a alberto santos dumont, pela inestimável contribuição dos seus feitos para o mundo moderno, os quais somente se tornaram possíveis em virtude da obstinação desse notório brasileiro, que sempre se manteve fiel em sua crença de que um dia o homem haveria de voar. como uma singela homenagem ao pai da aviação e patrono da aeronáutica brasileira, a força aérea dedica as cerimônias de dois mil e vinte e três aos cento e cinquenta anos do nascimento de santos dumont.
70 Anos do Campo de Pouso de Cachimbo e
40 Anos do Campo de Provas Brigadeiro Velloso
A história do Campo de Provas Brigadeiro Velloso, ou CPBV, confunde-se com a própria história da Força Aérea Brasileira.
Nas décadas de 50 e 60, o Brasil possuía em torno de 16 cias aéreas e o segundo maior movimento aéreo do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos.
No entanto, havia dificuldades de se voar pelo interior do Brasil devido a ausência de pistas e locais de apoio. Para chegar a Manaus, partindo do Rio de Janeiro, a única alternativa possível era “pingar” por toda a costa litorânea até Belém, pernoitar naquela localidade e, de lá, seguindo o Rio Amazonas, chegar finalmente a Manaus.
Assim, por conta de incentivos internacionais e da necessidade de se chegar a Manaus pelo interior do Brasil, foi determinado pela então Diretoria de Rotas Aéreas, a busca de novos locais de pouso no interior do nosso país.
E assim foi feito!
Em 3 de setembro de 1950, duas aeronaves pousaram em uma clareira arenosa na Serra do Cachimbo, dando início à nossa história.
A primeira delas, um Nordwind, da FAB, de matrícula 2805, tinha como tripulantes, o Major Aviador Leal Netto e o Segundo Tenente Aviador João Carlos e como passageiros o sertanista Leonardo Villas-Bôas e o mateiro “Raimundão”.
A segunda aeronave, um Fairchild de prefixo PP-FBC, de propriedade da Fundação Brasil-Central, era pilotada pelo comandante Olavo Cavalcanti, tendo como passageiros os irmãos Cláudio e Orlando Villas-Bôas.
A partir deste local, foram iniciadas as obras do campo de pouso, que foi inaugurado oficialmente em 20 de janeiro de 1954.
Participaram da inauguração o Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Dr. Getúlio Vargas, o Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro-do-Ar Nero Moura, o Presidente da Loyd Aéreo, Coronel Aviador da Marcílio Gibson Jacques e diversas outras autoridades e convidados.
A partir de 1977, a necessidade de assegurar uma grande área onde as Forças Armadas pudessem atuar, treinar sem interferir nas vizinhanças, exigiu do então Estado-Maior das Forças Armadas – EMFA – a realização de estudos visando essa definição.
Assim, diante desta constatação o EMFA determinou que se fizessem estudos no sentido da definição de uma área para desenvolvimento de ensaios de armamentos, artefatos bélicos, experimentos, testes, treinamentos e manobras de interesse das Forças Armadas, os quais culminaram no Decreto nº 83.240, de 07 de março de 1979, destinando, para o fim pretendido, as glebas de Cachimbo, Gorotire e Curuaés, situadas no sul do Pará.
Como na gleba Cachimbo já existiam instalações militares do Ministério da Aeronáutica, coube a este a responsabilidade pela administração da área, até que o EMFA tomasse as providências necessárias à implantação do Campo de Provas.
Em 18 de agosto de 1979, com a presença do então Presidente Ernesto Geisel, foi inaugurado o novo aeroporto de Cachimbo, com pista de pouso de asfalto, com 2.602 metros de comprimento por 45 metros de largura, obra executada pela Comissão de Aeroportos da Região Amazônica – COMARA.
Em 07 de março de 1983 era criado, através da Portaria nº C-016/GM3, o CAMP – Campo de Provas de Cachimbo, subordinado ao CTA – Centro Tecnológico e Aeroespacial.
Paralelamente, para implantação do CAMP, foi também criado através da Portaria nº C-024/GM3, de 06 de abril de 1983, o Grupo Executivo para Implantação do Campo de Provas de Cachimbo – Nesta data é comemorado o aniversário do CPBV até os dias de hoje.
Em 17 de janeiro de 1995, foi alterada a denominação do Campo de Provas do Cachimbo para Campo de Provas Brigadeiro-do-Ar Haroldo Coimbra Velloso, em homenagem ao pioneiro da implantação da infraestrutura aeronáutica em Cachimbo.
Por fim, através da Portaria nº 510/GM3, de 30 de julho de 1997, foi extinto o GEICAMP e pela Portaria 511/GM3, da mesma data, teve o Campo de Provas sua denominação alterada para a atual CPBV – Campo de Provas Brigadeiro Velloso.
Ao longo destas décadas a história do CPBV COM A HISTÓRIA DE Guarantã do Norte se entrelaçam intrinsecamente num imenso processo de desenvolvimento nos mais diversos aspectos.
Nesta data o município de Guarantã do Norte por meio de seus representantes legais manifesta o reconhecimento e os agradecimentos por todas as parcerias realizadas, por todos os avanços conquistados e pelo legado que fica como base para impulsionar o desenvolvimento, a harmonia e a paz das futuras gerações deste sagrado solo norte mato-grossense..