A comercialização da safra 2024/25 de soja em Mato Grosso alcançou 91,94% da produção até agosto deste ano, um avanço de 3,22 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Apesar do crescimento, o ritmo das negociações foi menor do que em meses anteriores, reflexo da sazonalidade do mercado e da menor necessidade do produtor em vender neste período. Esse cenário resultou em um descompasso entre os preços pedidos e as ofertas.

Em relação aos valores, a soja mato-grossense foi negociada em média a R$ 121,67 por saca em agosto, uma alta de 3,22% frente a julho. Já para a safra futura (2025/26), a comercialização atingiu 27,40% da produção estimada, avanço mensal de 4,91 pontos percentuais. Com a aproximação da semeadura, produtores intensificaram as negociações para garantir custos de produção, favorecidos pela melhora nas cotações futuras. O preço médio em Mato Grosso foi de R$ 110,22 por saca, 0,92% acima do registrado em julho.
No cenário externo, o Brasil exportou 86,54 milhões de toneladas de soja entre janeiro e agosto de 2025, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume é recorde e representa crescimento de 3,72% em relação ao mesmo período de 2024. Em agosto, os embarques somaram 9,34 milhões de toneladas — mesmo com queda de 23,81% frente a julho, foi o maior volume da série histórica para o mês, 16,13% acima do registrado em agosto do ano passado.
A forte demanda chinesa, intensificada pela disputa comercial do país com os Estados Unidos, continua a sustentar o desempenho do grão brasileiro. Mato Grosso, maior produtor nacional, também registrou números históricos. Em agosto, o estado exportou 1,25 milhão de toneladas, alta de 118,08% em relação a agosto de 2024. No acumulado do ano, já são 27,89 milhões de toneladas embarcadas, superando as 24,73 milhões exportadas em todo o ano passado.
A China segue como principal destino da soja mato-grossense, respondendo por 82,40% das exportações do estado em agosto. Entre janeiro e agosto de 2025, as compras chinesas somaram 19,14 milhões de toneladas, um avanço expressivo de 33,41% em comparação ao mesmo período de 2024.