Vila Velha/ES – A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, deflagrou na terça-feira (20/8) a Operação Masqué, com objetivo de investigar crime de lavagem de dinheiro praticado por casal de empresários capixabas, sócios de empresas que atuavam no comércio exterior.
Cerca de 22 policiais federais e membros da Receita Federal cumpriram 4 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados, em Vila Velha/ES e São Paulo/SP. A Justiça Federal determinou ainda o sequestro de imóveis, embarcações e valores, além da indisponibilidade de automóveis dos investigados.
A ação de hoje é um desdobramento de investigação que identificou a prática de evasão de divisas, entre os anos de 2009 e 2010, num total de cerca de U$ 100 milhões em 1178 contratos de câmbio fraudulentos. Com a participação de funcionários de uma corretora de câmbio, o grupo então investigado promovia a saída de divisas para o exterior repetindo as mesmas declarações de importação e faturas em vários contratos de câmbios diferentes.
Dessa forma, usando uma mesma declaração de importação em vários contratos de câmbio, os investigados simulavam diversas importações usando a documentação referente a apenas uma operação regular. Os pagamentos repetidos serviam, na verdade, para mandar dinheiro ilegalmente para fora do país.
Com o objetivo de investigar a ocultação e lavagem dos valores obtidos com as atividades ilegais dos investigados, a Operação Masqué possibilitou a identificação de 76 imóveis e 2 embarcações registradas em nomes de laranjas, um patrimônio oculto que supera os R$ 40 milhões. Todos esses bens foram sequestrados por determinação judicial.
Segundo dados da Receita Federal, as pessoas físicas e jurídicas investigadas possuem um débito já inscrito em dívida ativa no valor de R$ 894 milhões.
Além do casal de empresários, também é investigado um advogado que atua em São Paulo/SP, contratado para oferecer uma espécie de proteção contra a atuação de órgãos como a Receita Federal e a Polícia Federal, o qual já foi preso, no ano de 2017, em ação do GAECO do estado de São Paulo, por fatos análogos aos investigados na OPERAÇÃO MASQUÉ.
Os investigados responderão pelos crimes de lavagem de capitais (Lei 9.613/98).